Ministério Karys
Entrega de mantimentos pela 1ª Igreja Batista de João Pessoa em municípios atingidos pelas enchentes no ano de 2010.


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A Morte de Lázaro (João 11)

1 Um homem chamado Lázaro estava doente. Ele era do povoado de Betânia, onde Maria e a sua irmã Marta moravam. 2 (Esta Maria era a mesma que pôs perfume nos pés do Senhor Jesus e os enxugou com os seus cabelos. Era o irmão dela, Lázaro, que estava doente.) 3 As duas irmãs mandaram dizer a Jesus: – Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!4 Quando Jesus recebeu a notícia, disse: – O resultado final dessa doença não será a morte de Lázaro. Isso está acontecendo para que Deus revele o seu poder glorioso; e assim, por causa dessa doença, a natureza divina do Filho de Deus será revelada.

1ª lição: “As más notícias não devem nos afligir, nos coagir, nos amedrontar, nem mesmo nos paralisar”.

5 Jesus amava muito Marta, e a sua irmã, e também Lázaro. 6 Porém quando soube que Lázaro estava doente, ainda ficou dois dias onde estava. 7 Então disse aos seus discípulos: – Vamos voltar para a Judéia. 8 Mas eles disseram: – Mestre, faz tão pouco tempo que o povo de lá queria matá-lo a pedradas, e o senhor quer voltar? 9 Jesus respondeu: – Por acaso o dia não tem doze horas? Se alguém anda de dia não tropeça porque vê a luz deste mundo. 10 Mas, se anda de noite, tropeça porque nele não existe luz.

2ª lição: “Devemos confiar em Deus acima de tudo e manter o nosso emocional equilibrado para que nossas decisões se tornem ações prudentes. Não podemos permitir que o medo e a insegurança nos façam reféns, nos tornem covardes e nos forcem a retroceder das situações que devemos enfrentar. Não se esqueça: DEUS ESTÁ CONOSCO”.

11 Jesus disse isso e depois continuou: – O nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu vou lá acordá-lo. 12 – Senhor, se ele está dormindo, isso quer dizer que vai ficar bom! – disseram eles. 13 Mas o que Jesus queria dizer era que Lázaro estava morto. Porém eles pensavam que ele estivesse falando do sono natural. 14 Então Jesus disse claramente: – Lázaro morreu, 15 mas eu estou alegre por não ter estado lá com ele, pois assim vocês vão crer. Vamos até a casa dele.

3ª lição: “Ainda que tudo aparentemente esteja perdido e sem solução, não significa que Deus esqueceu-se de ajudá-lo. Quando existe um propósito estabelecido por Deus pra nossa vida, mesmo que nosso coração seja cercado pela dúvida Deus fortalecerá a nossa fé”.

16 Então Tomé, chamado “o Gêmeo”, disse aos outros discípulos: – Vamos nós também a fim de morrer com o Mestre! 17 Quando Jesus chegou, já fazia quatro dias que Lázaro havia sido sepultado. 18Betânia ficava a menos de três quilômetros de Jerusalém, 19 e muitas pessoas tinham vindo visitar Marta e Maria para as consolarem por causa da morte do irmão. 20 Quando Marta soube que Jesus estava chegando, foi encontrar-se com ele. Porém Maria ficou sentada em casa. 21 Então Marta disse a Jesus: – Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido! 22 Mas eu sei que, mesmo assim, Deus lhe dará tudo o que o senhor pedir a ele. 23 – O seu irmão vai ressuscitar! – disse Jesus. 24 Marta respondeu: – Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia! 25 Então Jesus afirmou: – Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? 27– Sim, senhor! – disse ela. – Eu creio que o senhor é o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.

4ª lição: “As promessas de Deus pra nós não serão frustradas, tudo o que acontece em nossas vidas para nos deixar preocupados, temerosos, aflitos, perturbados, indecisos, amargurados, desequilibrados, desiludidos e inconformados não devem impor contra nós nenhum tipo de impossibilidade. Porque Deus através da nossa fé nos trará força sobre qualquer circunstância”.

28 Depois de dizer isso, Marta foi, chamou Maria, a sua irmã, e lhe disse em particular: – O Mestre chegou e está chamando você. 29 Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi encontrar-se com Jesus. 30 Pois ele não tinha chegado ao povoado, mas ainda estava no lugar onde Marta o havia encontrado. 31 As pessoas que estavam na casa com Maria, consolando-a, viram que ela se levantou e saiu depressa. Então foram atrás dela, pois pensavam que ela ia ao túmulo para chorar ali. 32 Maria chegou ao lugar onde Jesus estava e logo que o viu caiu aos pés dele e disse: – Se o senhor tivesse estado aqui, o meu irmão não teria morrido! 33 Jesus viu Maria chorando e viu as pessoas que estavam com ela chorando também. Então ficou muito comovido e aflito 34 e perguntou: – Onde foi que vocês o sepultaram? – Venha ver, senhor! – responderam. 35 Jesus chorou. 36 Então as pessoas disseram: – Vejam como ele amava Lázaro! 37 Mas algumas delas disseram: – Ele curou o cego. Será que não poderia ter feito alguma coisa para que Lázaro não morresse? 38 Jesus ficou outra vez muito comovido. Ele foi até o túmulo, que era uma gruta com uma pedra colocada na entrada, 39 e ordenou: – Tirem a pedra! Marta, a irmã do morto, disse: – Senhor, ele está cheirando mal, pois já faz quatro dias que foi sepultado! 40 Jesus respondeu: – Eu não lhe disse que, se você crer, você verá a revelação do poder glorioso de Deus? 41 Então tiraram a pedra. Jesus olhou para o céu e disse: – Pai, eu te agradeço porque me ouviste. 42 Eu sei que sempre me ouves; mas eu estou dizendo isso por causa de toda esta gente que está aqui, para que eles creiam que tu me enviaste. 43 Depois de dizer isso, gritou: – Lázaro, venha para fora! 44 E o morto saiu. Os seus pés e as suas mãos estavam enfaixados com tiras de pano, e o seu rosto estava enrolado com um pano. Então Jesus disse: – Desenrolem as faixas e deixem que ele vá.

5ª lição: “Se Jesus Cristo em meio à aflição do seu povo se comoveu e chorou junto com ele, o que será de nós pobres mortais? Quando Jesus dá uma ordem ao teu respeito, a terra e o céu se movem e, os anjos lhe obedecem agindo em teu favor”.

“O que faremos diante das provações, das tentações, das aflições, dos estresses e das lutas? E das acusações do diabo, dos seus ataques, da sua constante caça ao nosso derredor querendo nos matar? Matar nossa esperança, nossos sonhos, nossos planos, nossos alvos e metas, nossa dignidade e nosso caráter. São tantas, incansáveis e insistentes investidas todos os dias. São tantos desafios nesta vida: dores, sofrimentos, angústias e descontentamento”.

“Mas mesmo diante de tudo isso não desistiremos, persistiremos, pois nada nos impedirá. Nenhuma dessas coisas conseguirá nos separar de Cristo. Jesus chorou, nós choramos e esse choro é efêmero, com duração limitada. Porque após o choro vem a alegria, após a morte vem à vida, após a derrota vem à vitória, após a preocupação vem o descanso”.

“Tudo isso esta limitado por Deus, tudo esta sob o controle do Pai. O tempo lhe obedece, a morte lhe obedece, a vida esta em suas mãos, o diabo não tem poder pra nos tocar. Deus através de todas estas coisas nos fará crescer e abundar em graça, fé e força. Gerar em nós um excelente peso de glória, experiência e capacitação. Todas as coisas cooperam ao nosso favor, pois amamos a Deus. E se Ele é por nós. Quem ousará ser contra nós?”.

“Venham lutas, venham provações, venham perseguições. Venham!!! O Senhor esta a nossa volta, não seremos abalados”.

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O que vemos e consideramos sempre como consenso e adaptação social, muitas vezes reconhecida pelo neoliberalismo, como fruto da “mão invisível”,1 não passa de uma aparente e falsa maneira humana de mimetismo2 ao sistema vigente.

Certamente que o mundo não está pousado harmonicamente sob o conforto de uma mão invisível. O comportamento humano, nesta fugaz aparência, na verdade, é fruto da impossibilidade de transformar a realidade presente na desejada pelo “EU”. Na impossibilidade, digo, na impotência de transformar as coisas, nos submetemos a elas, suportando-as, dinamizando uma espécie de acomodação social pelo medo da rejeição e da morte.

Este diálogo permanece somente até o minuto oportuno em que possa se desencadear o golpe pelo poder, a golden cross3, o desejo de sobrepujar o mundo ao meu bel prazer, escravizando se possível, o meu próximo para tentar saciar a minha “auri sacra famis”4, nem que para isso use o sacrossanto nome de Deus, impondo medo ao meu irmão, persuadindo-o pela força a aceitar o mundo como eu o vejo, considero e quero. Esse é o cerne subjetivo do fundamentalismo do qual, todos somos sempre influenciados.

Este desejo segundo pesquisas nasce desde a semente mais primitiva,

nunca mudaremos, apenas o encobriremos. Esta afirmação é baseada na depravação original e que certamente descreve ainda de forma discreta e superficial a verdade da arruinada ética humana.

Dentro desta perspectiva percebemos ainda que o comportamento humano dinamiza-se no espectro das possibilidades de domínio. Weber em seu discurso impinge ao homem características do desejo de domínio e poder, que por inferência nos remete aos termos da narração bíblica, do diálogo celestial de Lúcifer tentando contra poder do Criador (Ezequiel 28 e Isaías 14). Esta tendência do desejo de poder instala-se em caráter constante na humanidade, assemelhando-se a uma forma clara de comunicação

ou influências luciferianas5 inerentes ao homem hodierno.

Desde o mais profundo e servil estado de abnegação à mais soberba e

insubmissa arrogância, vemos como fator determinante, não necessariamente a independente decisão da postura de um vassalo voluntário, mas, diagnosticamos sim, este tal comportamento como mera conseqüência de uma rendição ante a compreensão de um poder indefensável e/ou intransponível, que em potência o faz subjugado decorrendo na mais sensata, mesmo que inconsciente decisão de alienar-se a ele.

Rousseau afirma que esta alienação não é uma doação, antes sim, a venda da subserviência tendo por ganho a sobrevivência6. Assim sobrevivem as pessoas as raças e as espécies, mudando seu modo vivendus para poder continuar vivendo.

Podemos afirmar que este diálogo é denominado por Rousseau como Pacto Social.

A detenção do desejo humano ocorre apenas ante a um poder maior. Logo prevalece o princípio do maior subjugar e dominar o menor. Seja indivíduo, equipe, seita, ou nação. A única coisa capaz de me fazer aceitar o outro é o fato de entender uma destas opções: ou este diferente indivíduo é desprezível ao meu galgar; ou o aceito por apenas um momento suportável, porém, jamais definitivamente; ou ainda em última instância, este é uma etapa em que possa usar, blefando um aceite, contudo, visando o meu desejado logro maior ao final. Concordando com o pensador Jean Paul Sartre, que

em suas palavras diz que o outro é tudo o que eu não desejo, o outro é diferente do mesmo, o outro é o meu inferno. Estas dinâmicas humanas expressam sempre o uso do poder já obtido visando um poder maior, é como o permanente jogar um fruto verde e sem sabor para tomar nas mãos o doce e maduro fruto.

Ciclicamente, a ação do homem alimenta a avidez da vaidosa busca maior, até que mais cedo ou mais tarde encontre o poder a este superior quando obrigatória e definitivamente se venderá mais uma vez pelo preço da sua própria sobrevivência.

Todo homem quer ser deus, e o é, no âmbito da torpeza daquele que não O conhece, e ainda não sabe o que é Deus. Todo homem singra os oceanos da sua existência em destino ao porto do desconhecido, no entanto, desejado, até que este maior lhe oponha (lhe vença), Barth, P. 44. afirma que a fé é o respeito ao incógnito divino e o amor a Deus.

Todo aquele que reconhece que os limites do mundo estão demarcados por uma verdade que o contradiz; todo aquele que vê a sua própria limitação marcada pela vontade divina que contraria sua própria vontade; quem acaricia o espinho que este cerceamento representa em seu ser e seu modo de ser, ainda que isto lhe seja extremamente difícil, por conhecer demasiadamente bem a extensão dessa contradição e que, embora por estas razões todas lhes sejam anseios de escapar dela, obriga-se a viver com ela (overbeck) e que, em resumo se 6 Russeau, Do Contrato Social- Da escravidão, Cap IV, P61-65 confessa sujeito a essa contradição, vencendo a si mesmo ao ponto de nela (e por ela) se apoiar a sua vida, esse tal crê!

Neste aspecto a conversão dos homens a Deus poderia ser literalmente

substituída por rendição a Deus. Na narração bíblica vetero e neotestamentária, explicitamente, encontramos rendições sem precedentes na vida daqueles que se converteram. Foi assim com o apóstolo Paulo no Caminho de Damasco e também com o profeta Isaías, que no capítulo 6 do livro que leva o seu nome, pode-nos esboçar pontos de uma inaudita rendição. Primeiro o Profeta narra ver o Senhor dos exércitos, fica claro que o profeta ver o oposto do que ele mesmo era, então sobra-lhe um grito aterrorizado vindo do profundo das suas entranhas e com uma consciência de que aquele talvez lhe fosse o último fôlego de existência, confessa: - sou impuro e vi o Santo. Vemos ai o contraponto do espinho vislumbrado por Isaías, vencê-lo.

Concluímos neste aspecto que o homem ocupará sempre o domínio de tudoaquilo que possa alcançar, i.e.: vencer ou sobrepujar, quando não, se rende. O fundamentalismo está diretamente ligado a superioridade da força. Isso ocorre em toda natureza, não só na humana. O leão reina no topo da cadeia alimentar, e luta para a permanência desta realidade, de igual modo os tubarões nos fundos dos oceanos, o carnívoro gavião sobre as outras aves, e o homem, ao mandato cultural 7 de Deus domina sobre estes e além disso tenta dominar o próprio semelhante. Isso é fundamentalismo natural.

1 Expressão filosófica atribuída a sempre presente organização das coisas, assim como elas estão.
2 Capacidade biológica de alguns seres vivos assimilar a cor do ambiente
3 Golden Cross, expressão americana que denota a “corrida do ouro” ou “cruz dourada”, a busca dos
desejos materiais da vida.
4 Auri sacra famis – sagrada fome de ouro, Weber.Max P.36
5 oriundas de Lúcifer, através do pecado original humano

Robério Soares de Souza

www.roberiosoares.com.br